Ah, l’amore! Uma ode aos apaixonados

Ah, l’amore, amore, amore… Esse sentimento tão profundo que permeia as relações, impulsiona ações e direciona caminhos. O amor é vasto, abrangente e transformador. Está nas nossas vidas e se manifesta de diversas formas, tempos e espaços. 

Cada um vive da sua maneira e intensidade. Há o amor entre pais e filhos, de mãe, entre irmãos, nas amizades, o amor por uma promissão, por um lugar e, claro, não podemos deixar de falar dele: o amor próprio

Há grandes amores que podemos encontrar por aí! Amores passageiros ou duradouros. Amores interrompidos ou adiados. Amores platônicos ou correspondidos e amores vividos e para sempre. Falar sobre amor é sempre emocionante, pois cada um tem a sua história. E essas histórias podem atravessar muitas gerações. 

Sabemos que a literatura sempre foi um bom cenário para todos os tipos de histórias e a Itália é o pano de fundo perfeito para tantas narrativas românticas, como o clássico de Shakespeare “Romeu e Julieta”. Mas nem todo romance é vivido apenas nos livros. A seguir contaremos para você alguns amores italianos e descobriremos figuras históricas que viveram grandes exemplos de amor e romantismo. 

Storie d’amore

Paolo e Francesa.

Se você está familiarizado com Dante e sua Divina Comédia, certamente conhece Paolo e Francesca, amantes trágicos do Canto V. Francesca da Polenta, uma princesa do final do século 13, filha do governante da cidade que estava em guerra com a família Malatesta, casa-se por conveniência com Lanciotto Malatesta, repulsivo príncipe de Rimini. 

Ela acaba se apaixonando pelo cunhado, Paolo, e ele por ela. De acordo com Dante, Francesca e Paola foram seduzidos pela literatura da história de Lancelote e Ginevra, e se tornaram amantes. O marido, ultrajado, pune ambos com um duplo assassinato. Dante, que conhecia sua história, era clemente e lhes permitia, pelo menos, estarem juntos na morte.

Já a história de Vitor Emanuel II e Rosa Vercellana foi um pouco diferente. La Belle Rosin, como era conhecida, tinha apenas 14 anos quando conheceu o príncipe Vittorio que na época tinha 27 anos. Ela o procurou para suplicar a libertação do irmão soldado detido por indisciplina. Foi amor à primeira vista. No entanto, ele já era comprometido com a futura rainha da Itália e pai de quatro filhos. Mas isso não os impediu de viver uma das histórias de amor mais lembradas dos romances italianos. 

Rosa Vercellana e Vítor Emanuel II da Itália.

Rosa conquistou Vitor com sua simplicidade e seu apreço pela vida ao livre e rural, fazendo-o se sentir como o homem que ele gostaria de ser ao invés do rei, posição que ele não tinha tanta aspiração. Vitor foi então coroado rei da Sardenha e fez sua Bela, condessa de Mirafiori e Fontanafredda. 

O rei também reconheceu a paternidade das duas crianças que teve com a condessa e a transformou legalmente em sua mulher, porém, sem atribuir-lhe o título de rainha. Eles permaneceram juntos por mais dois meses até a morte do rei. 

Como vimos, nem sempre as histórias são com finais felizes e amor correspondido. O amor de Dante por Beatrice Portinari era platônico. Beatrice era uma rica florentina que ele conheceu apenas algumas vezes, como conta em sua obra “Vita Nuova”. Ela, infelizmente, acabou se casando com um nobre florentino, Simone dei Bardi e Dante com sua Gemma Donati. 

O amor de Dante por Beatrice permaneceu completamente platônico e acabou tragicamente quando ela morreu jovem, possivelmente enquanto dava a luz ao seu primeiro filho.  

Dante e Beatrice. Henry Holiday, 1882/1884.

Musica per il cuore 

Não são só os livros que trazem histórias à tona, muitas histórias de amor se transformaram em canções. Grandes artistas e compositores elaboraram as suas dores, frustrações, encantos, paixões e vivências em música. Há milhares de músicas de diferentes gêneros que tocam o coração e nos identificamos. Elas nos fazem cantar, refletir, chorar, dançar e querer amar! 

A Mamma que é uma boa ouvinte e adora playlists fez em parceria com a agência Tecla Music uma seleção para apaixonados. Aperte o play e cante conosco: ”When the moon hits your eye like a big pizza pie… that’s amore”.

L’amore di Sophia

Não é segredo para ninguém que Sophia Loren é uma das grandes musas inspiradoras da Mamma. Brilhante nos filmes em que atuou, roubava a cena não apenas pelo o seu talento único, mas também pelas histórias que interpretava. Em diversas tramas ela viveu muitos amores, rupturas, dramas e paixões. Mas o grande protagonista do seu coração era o produtor de cinema Carlo Ponti. 

Foi com Ponti que a atriz dividiu a sua vida amorosa e profissional. Com 20 anos a mais que Sophia, ela tinha uma grande admiração e respeito pela figura do produtor. Carlo Ponti a colocou no centro das grandes produções cinematográficas da época como Duas Mulheres, a qual lhe rendeu o Oscar de melhor atriz.  

Sophia Loren e Carlo Ponti.

O livro “Sophia Loren, uma vida de novela” escrito pela jornalista Silvana Giacobini reúne um compilado de histórias de Sophia e Carlo, e de outros encontros. A história de amor deles começou em 1953 durante um concurso de Miss Roma. Ela era adolescente, tinha por volta de 17 anos e ele um homem casado, de 39 anos. Uma diferença de idade gritante na época, pós-guerra, em uma Itália conservadora. 

A paixão foi inevitável e eles viveram durante muito tempo esse amor escondido. A mãe de Sophia sabia e não lhe agradava nem um pouco com o fato de Carlo ser casado, já que o divórcio ainda não era aceito na Itália. 

Durante muito tempo Ponti tentou evitar que a atriz conhecesse outros rapazes, como é o caso de Cary Grant, Peter Sellers e Marcello Mastroianni. Grant era um grande ator inglês e quando conheceu Sophia, já estava no seu terceiro casamento. Se encantou imediatamente e prometeu largar tudo para ficar com ela, mas não foi o que aconteceu. Muito sentido, Cary Grant disse que Loren seria para sempre amante de Ponti. 

Outro rapaz que se encantou por sua beleza durante as gravações de “A Milionária” foi Peter Sellers. Segundo Sophia, ele estava se separando da atual mulher da época e estava carente. Ela nunca o deixou se aproximar e em represália ele escreve em sua biografia que se “Ponti tivesse morrido, Sophia casaria com ele”. 

Entre frustrações e rumores, a mídia se aproveitava para falar que Marcello Mastroianni e Sophia Loren eram grandes amantes, mas na verdade, não se passava de uma grande amizade. Os dois contracenaram no filme “Bella e Canalha” (“Pecatto Che Sia Una Canaglia”) de Alessandro Blasetti. 

Outro fato curioso reunido no livro é que Sophia contracenou com grande astro Marlon Brando no importante filme A Condessa de Hong Kong”, dirigido por Charles Chaplin. Infelizmente, o filme foi um fracasso e causou grande antipatia entre os atores. 

Spargi Amore 

Em tempos de quarentena a solidariedade e os atos de amor ganham destaque. Spargi Amore é uma homenagem da Mamma a todos os atos que emocionam o mundo. Espalhar amor sem moderação é o que há de mais bonito por agora. Por isso, reunimos alguns momentos que ficaram para a história. Dá só uma olhadinha:

  • Bombeiro toca Tom Jobim a 50 metros de altura e é aplaudido por moradores (acesse o vídeo aqui);
  • Os cariocas Marcelo Bukin e Tatyane Meyer, que resolveram levar um pouco de carnaval para os vizinhos confinados (acesse o vídeo aqui);
  • O Rapaz que resolveu pedir a namorada em casamento em plena pandemia, e isolamento social (confira o pedido aqui);
  • Recadinhos do bem: Vizinhos têm deixado cartas nos elevadores se disponibilizando para fazer compras para os moradores mais velhos ou do grupo de risco (veja exemplos aqui).

Agora é sua vez de espalhar mais amor por aí! Faça a diferença no dia de alguém. Você pode enviar mensagens para iluminar e alegrar o dia de pessoas em Asilos e ONGs. 

Siete pronti a spargi amore?